quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Depoimento: Parto cesáreo e curetagens desnecessários

A postagem de hoje é um relato escrito pela minha amiga, jornalista, irmã de vida, dona do Descobrindo a Zona Sul de Poa, Daniele Alves que acompanha bem de perto todas as minhas novidades e que acabou também sofrendo um pouco no ano passado...


"Cerca de 50% das crianças que vêm ao mundo aqui no Brasil chegam por meio da cesárea  (o índice recomendado pela OMS é 15%). Uma cirurgia que envolve o corte de sete camadas do nosso corpo. Além de perigo, por menor que seja, os riscos são maiores, também para o bebê. Ou seja, nao é algo tão simples como muitos médicos dão a entender na hora da consulta para optar por essa versão ou pela normal. Enfim, é bem mais fácil para o profissional ir lá, fazer a operação em algumas horas e estar liberado, quando no outro caso é necessário dedicação por sabe-se lá quanto tempo.  

Bom, a situação acima diz respeito ao lado dourado do qual sempre se comenta: o parto. Mas quando a gravidez não é levada adiante, por aborto retido, por exemplo, o comportamento dos médicos é parecido: dão de cara a opção da curetagem, muitas vezes, desnecessária - uma cirurgia de raspagem do útero, desagradável, que envolve aplicação de Citotec, anestesia e hospital, quando o ideal seria esperar que nosso corpo inteligente fizesse seu trabalho natural: o de eliminar os fragmentos de algo que não deu certo.  

A cureta é um jeito mais prático de resolver a situação para o psicológico da paciente e para os profissionais, que nao precisam lidar com mulheres desesperadas, cheias de dúvidas sobre o porque de estarem sangrando, etc. No entanto, o procedimento traz junto chances de perfuração do útero, de formação de fibrose (q prejudica a fixação do saco gestacional), de infecção, enfim, efeitos que podem interferir em uma próxima gestação. De acordo com a indicação da minha médica, apenas deve ser feito em casos extremos, assim como a cesárea. Ano passado, eu tive um aborto retido e ela optou pela curetagem, mas somente pq eu já estava há mais de um mês esperando e não tive qualquer sangramento, dor ou cólica. Aliás, só descobri que a gravidez nao ia como o planejado pq tinha ultrassom no consultório e um dos exames mostrou que o feto parou de evoluir com 8 semanas.  

No caso de esperar pela eliminação, claro, há alguma chance de infecção, mas que pode ser controlada por meio de eco, medição de temperatura e observação. Pode demorar horas, dias e até algumas semanas para que o material abortivo seja 100% eliminado, envolve cólica e sangramento, mas acho que vale a pena por um bem maior. Se é dificil esperar o curso natural sem enlouquecer, pense que essa opção poderá beneficiar uma futura gravidez. Em alguns casos, acaba não acontecendo por completo e, aí sim, apela-se para a cirurgia.  

Antes de qualquer coisa pare, pense e reflita, não tome decisões no desespero. Na hora, a curetagem pode parecer a melhor opção para resolver logo o problema, mas o importante é estar bem informada sobre as duas opções e nao por pressão do médico.  

Obs: Muito pouco se fala da eliminação natural, mesmo na Internet, a maioria das publicações trata da curetagem. Por isso, ofereci esse post pra minha amiga-irmã Lullys e seu blog, que eu considero de utilidade pública."

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