segunda-feira, 11 de março de 2013

Mais uma vez...

Então...
Nem sei como começar (ou terminar) mais essa história triste que me aconteceu e que até o momento só me serviu pra tentar me descobrir uma pessoa bem mais forte do que me imaginava...

Exatemente um ano após a minha última perda (que também me causou uma leve mutilação unilateral), me descobri grávida novamente no dia do aniversário de 30 anos do meu marido. Dia 20 de fevereiro.

As duas tão esperadas linhas.
 Fiquei muito feliz, pois acho que seria o melhor presente que poderia receber e que tento dar pra ele há mais de 3 anos.

Como sabemos que nem tudo na vida se passa como num conto de fadas, fomos com muita calma e, sempre com acompanhamento médico, fui fazendo todos os exames possíveis para tentar minimizar a chance de qualquer problema maior. Tudo em segredo, pois aprendemos bastante com as três perdas anteriores e temos várias amigas grávidas que sentiriam muito caso desse errado e por uma amiga MUITO especial que acabou de sofrer uma perda também!

Logo de início, notamos que o meu nível de hormônio (HCG - gonadotrofina coriônica) estava crescendo muito mais rapidamente do que o esperado. O que deveria dobrar, em numeral, a cada 48 horas, estava duplicando a cada 28 horas, em média. Isso, em princípio, não seria um problema pois o que causa preocupação são os níveis de hormônio que sobem mais lentamente e não rapidamente.

Outro medo que tínhamos (eu, meu marido e meu médico) é que eu pudesse ter outra gestação ectópica, uma vez que as chances de uma mulher que já teve uma gravidez na trompa ter uma segunda vez são consideravelmente maiores.
Houve um momento de preocupação quanto à isso, mas que logo foi descartado quando constatamos que era apenas o meu corpo lúteo (fonte de nutrição para o embrião que se localiza no ovário de onde se originou o óvulo maduro) muito bem desenvolvido.

Após isso, fazendo praticamente 2 ecografias por semana, o médico já não estava achando tudo muito normal, mas não queria me desesperar. Não sei se sinto isso corretamente, pois nunca 'deu certo' pra mim, mas dizem que a gente sente quando algo está errado. E eu estava sentindo que estava errado!

Depois de eu quase implorar, ele enfim me detalhou tudo o que estava imaginando que poderia estar acontecendo.
Uma das possibilidades era que eu estivesse com MOLA (ou doença trofoblástica gestacional), que na melhor das hipóteses me obrigaria a realizar exames constantes de sangue e me impediria de tentar engravidar por, no mínimo, 1 ano. Não vou nem comentar o que aconteceria na pior hipótese, pois é horrível!

Ainda não temos 100% de certeza de que isso não está acontecendo, mas em princípio, meu bebê (obviamente não era ainda um bebê, é somente um modo de dizer) apenas parou de se desenvolver e estou em processo de abortamento.

É óbvio que nessas horas a gente se pergunta "Por que, meu Deus?", "Por que de novo?", "Por que comigo?", é inevitável. Mas depois da QUARTA VEZ, a gente só reza pra que tudo termine da melhor forma.

É muito ruim tudo o que já aconteceu comigo. É horrível. Acontece que depois de tanto sofrer, tanto me perguntar, tanto questionar a razão das coisas, eu sempre sei que tudo poderia ser pior. Sempre pode ser pior.

Agradeço à Deus por estar viva e com saúde para um dia tentar tudo de novo!

Beijos