Há tempos eu tenho pensado em retomar o blog e começar a escrever de
novo por aqui!
Confesso que minha vida anda tão corrida que não tenho tido tempo pra
fazer isso...
Comentei com o marido sobre isso e hoje ele chegou em casa com um texto
no telefone dizendo que tinha resolvido o meu problema e que já tinha conteúdo para
postar aqui de novo!
Pois leiam:
"Há alguns meses tenho vontade de escrever, achei que hoje, dentro
do ônibus, seria bom.
Acho que só conversei com duas pessoas sobre o que sinto todos os dias
após o parto da Alice, às vezes por não querer me abrir, e às vezes por ver o
medo de meus amigos em perguntar.. Mas eu os perdoo, também não saberia como
fazê-lo.
No início, logo após o parto, era difícil, chorava todo dia dentro do
ônibus indo para o trabalho e acho que as pessoas deviam imaginar, pois antes,
todas as manhãs, eu exibia com orgulho um livro sobre todas as etapas da
gestação. Por muitos dias, todas as manhãs entrava no quarto da Alice, pra
pensar em todo o significado disso e conversar um pouco com ela, dar bom dia e
dizer que sinto a falta dela, foi difícil pra mim cobrir o berço com um lençol,
pra não pegar pó...
Até hoje não encontrei a resposta de toda essa história, que começou
linda e foi interrompida. Talvez nunca saberei. O que sei hoje, é que sinto
saudade o tempo todo dela, talvez não tanto quanto a Luciana, pois o vínculo
era muito maior..
Mas fui pai, desde a fecundação, desde o beta positivo. Após o parto, eu
a vi, a Lú não quis, achei por fim melhor... Ela era linda, perfeita, com todos
os dedinhos...
Eu ainda vejo o rosto dela, sonho com ela, e falo sobre ela, hoje com
mais alegria, com mais sorriso, e se vejo uma menininha, um bebezinho, na rua,
penso: "O cabelo dela seria assim? Os olhos seriam negros como os meus, ou
verdes como os da mãe?". Tenho fotos e vídeos das "ecos", no meu
telefone, e não consigo apagar... Porque algo assim, a gente não apaga
simplesmente do coração, da cabeça, do iPhone..
A gente passa do sentimento de tristeza para raiva muito
brevemente, e leva tempo pra aceitar, que o resto do mundo não é
responsável pelo teu sofrimento, que a Cruz é do tamanho que podemos carregar.
Este mês, agosto, sétimo mês de nascimento da Alice, mês do Dia dos
Pais, mês em que completo 7 anos de casado (cada vez mais unidos!! Eeeee!!)
Talvez, eu não note todos os dias o que ela me ensinou. Mas eu digo, a
todos vocês, pais e futuros pais, sejam pais, desde o palito com duas linhas ou
xis, aproveitem cada dia, cada enjoo, cada ida à noite a algum lugar, pra
satisfazer um desejo de grávida, amem cada dia de gestação, imaginem, leiam
livros, fiquem grávidos...
E não temam, depois de 38 semanas o resultado é mais divertido ainda, é
cheio de muito amor!
Beijo minha estrelinha, obrigado por aumentar meu amor e admiração pela
tua mãe!
Diego"
Morro de amor agora ou espero um pouquinho mais?
Beijos positivos (férteis também, mas positividade acima de tudo),
Lully's